terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vamos discutir sobre a Sociedade do Consumo...


Sociedade de Consumo é um termo utilizado em Economia e Sociologia para designar o tipo de sociedade que se encontra em uma avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços, disponíveis graça a elevada produção dos mesmos. O conceito de sociedade de consumo está ligado ao de economia de mercado e, por fim, ao conceito de capitalismo, entendendo economia de mercado aquela que encontra o equilíbrio entre oferta e demanda através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem intervenção do Estado.
(Imagem retirada do site:  http://www.blograizes.com.br)
O Capitalismo e a Sociedade de Consumo
Nas últimas décadas houve um aumento significativo do consumo em todo mundo, provocado pelo crescimento populacional e, principalmente, pela acumulação de capital das empresas que puderam se expandir e oferecer os mais variados produtos, conjuntamente com os anúncios publicitários que propõe o consumo a todo o momento. Chamamos de consumo o ato da sociedade de adquirir aquilo que é necessário a sua subsistência e também aquilo que não é indispensável, ao ato do consumo de produtos supérfluos, denominamos consumismo.

Para suprir as sociedades de consumo, o homem interfere profundamente no meio ambiente, pois tudo que o homem desenvolve vem da natureza, aqui nesse contexto é o palco das realizações humanas. Através da força de trabalho o homem transforma a primeira natureza (intacta) em segunda natureza (transformada). É a natureza que fornece todas as matérias primas (solo, água, clima energia minérios etc) necessárias às indústrias.
O modelo de desenvolvimento capitalista, baseado em inovações tecnológicas, em busca do lucro e no aumento contínuo dos níveis de consumo, precisa ser substituído por outro, que leve em consideração os limites suportáveis na natureza e da própria vida.

O planeta já mostra sinais de esgotamento, um exemplo disso é a escassez de petróleo que é um recurso não renovável, e sua utilização corresponde a 40% da energia consumida no mundo, tendo em vista a sua importância no cenário mundial a situação é preocupante pois alguns estudos mostram que o petróleo existente será suficiente por mais 70 anos.

Os problemas ambientais diferem em relação aos países ricos e pobres, a prova disso é que 20% da população são responsáveis pela geração da maior parte da poluição e esse percentual é similar ao percentual da população que possui as riquezas do mundo. Enquanto essa população vive em altos níveis de consumo, outra grande maioria, cerca de 2,4 bilhões de pessoas, não possui saneamento, 1 bilhão não tem acesso a água potável, 1,1 bilhão não tem habitação adequada e 1 bilhão de crianças estão subnutridas.
 

Consumo em massa 
 Shoppin Center

O fenômeno do consumo de massa, nas classes médias do início do século, também não deriva de uma natureza humana insaciável. Ganhar o suficiente para prover as necessidades básicas e pequenos luxos era o que orientava a prática de consumo da maior parte das pessoas, como observam os
economistas no início do século XX. Preferia-se ter mais tempo livre do que rendimentos extras em função de mais horas de trabalho. A preferência pelas horas livres em detrimento das horas de trabalho preocupava os empresários do começo do século, dada a quantidade de produtos que gerava acúmulos de estoques em armazéns e fábricas. A crise da cultura do produtor, fenômeno tipicamente americano, fez a comunidade empresarial buscar nova orientação para a psicologia do trabalhador. Neste caso a nova orientação era a ampliação da figura social do consumidor. Era necessário transformar a cultura
do produtor em cultura do consumidor.

O marketing passou a ter uma importância que não tivera até então para o sistema de produção. Os anunciantes também redirecionaram os argumentos dos anúncios. Os apelos de utilidade e informação descritiva foram convertidos em apelos emocionais por posição e diferenciação social. “Transformar o luxo dos prósperos em necessidade das classes mais pobres” era a tese defendida por economistas liberais do consumo dos anos 20.


A propaganda de acesso ao crédito é a propaganda do dinheiro, isto é, do próprio capital, do acesso aos meios de consumo. Neste caso, o meio de consumo se transforma ele mesmo num objeto. O que o crédito do cartão nos diz através da propaganda? Você está perdendo a virtualidade, a potência, a
credibilidade no mercado, o acesso aos meios de consumo, e eu os estou lhe dando de volta. Tal operação nos implica em um laço com o outro e nos faz contrair uma dívida, nos submetendo ao paradoxo do crédito: a venda de uma dívida. Logo, obter um crédito é contrair uma dívida. Nos dias de hoje o endividamento não é um estado de exceção como fora nos tempos de capitalismo industrial. O homem que tem crédito na sociedade contemporânea é um homem endividado. Seus cartões de crédito oferecem o acesso aos bens e serviços através da utilização de senhas em sistemas digitais, fazendo-o um consumidor condenado à dívida perpétua. Entre todas as senhas que organizam as trocas flutuantes na internet, a mais prestigiosa é a do cartão de crédito, constituindo uma tecnologia emblemática da sociedade de controle. A lógica do cartão de crédito, como vimos, é uma lógica da dívida que não cessa.


Fraturadas as bases da cultura do produtor instala-se uma nova configuração de realidades econômicas formando as bases da cultura do consumidor, que nos desafia a inventar novos vínculos, contratos e limites que definirão as relações humanas no século XXI.
 Feira do Brás em SP

Fontes: trechos dos textos da Wikipedia e

mundo UOL Educação, trecho do texto: SUBJETIVIDADES E LAÇOS NA SOCIEDADE DE CONSUMO de Fátima Milnitzky.


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Dica de filme leve, e interessante sobre o tema:
"Delírios de Consumo de Becky Bloom"

Por que estudar Sociologia?

A Sociologia tem uma função importante que é nos fornecer instrumentos para uma melhor compreensão do mundo que nos cerca, e em especial, das diversas redes sociais que se formam em torno de nós... Especialmente, nesse momento, com o fortalecimento da globalização, em que o mundo tem suas fronteiras estreitadas, os países se tornam mais acessíveis bem como as culturas se entrecruzam... Pois a sociedade global é um campo de desenvolvimento desigual e de contradições novas, marcando um momento histórico de transição, e como quase todos os momentos de mudança, de transição, são períodos turbulentos, de crise e de dinâmicas indeterminadas, inaugurando também renovação de paradigmas. E possibilitando também outros modos de reinventar o mundo social, em suas crenças e práticas… 
Por isso estudar Sociologia é tão importante, para que entendamos esse novo mundo.

A Sociologia segundo seus Pensadores clássicos:
 Kal Marx
Com o objetivo de entender o capitalismo, Marx produziu obras de filosofia, economia e sociologia, tencionando propor uma ampla transformação política, econômica e social. A principal obra de Marx, O Capital, não é sociológica, mas econômica. Todavia, é preciso elucidar alguns termos de sua fundamentação econômica, por constituírem peças básicas de interpretação. Na verdade, se produziu uma visão principalmente econômica da sociedade, precisamente porque acreditou que a compreensão dos processos históricos não pode ser feita sem referencia às maneiras como os homens produzem sua sobrevivência material.
Desenvolveu o conceito de alienação mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção, que se tornaram propriedade privada do capitalista. De acordo com Marx, politicamente o homem também se tornou alienado, pois o principio da representatividade, base do liberalismo, criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos.
A história do homem é, conforme Marx, a história da luta de classes, da luta constante entre interesses opostos, embora esse conflito nem sempre se manifeste socialmente sob a forma de guerra declarada. As divergências, oposições e antagonismos de classes estão subjacente a toda relação social, nos mais diversos níveis da sociedade, em todos os tempos, desde o surgimento da propriedade privada.

 Max Weber
Para Max Weber, a Sociologia é uma ciência que pretende compreender a ação social, interpretando-a, para dessa maneira explicá-la casualmente em seus desenvolvimentos e efeitos.
Segundo Weber, uma dimensão qualquer da ação humana admite sempre a construção de vários tipos, sem que nunca se esgote a complexidade infinita da realidade. Por esta razão, nenhum dos tipos construídos deve ser considerados mais que um instrumento limitado e provisório de investigação. A expressão “ideal” sublinha precisamente o fato básico de que os tipos sociológicos só existem no plano da idéias, não na realidade.
A sociologia Weberiana conclui que, no mundo moderno, a burocracia é o exemplo mais típico do domínio legal, nos limites da legitimidade. Estendendo sua análise tipológica às formas de dominação social, a Sociologia weberiana distingue três tipos de dominação legítima, cada qual com sua base, a saber: a legalidade, a tradição, o carisma.
Weber construiu os conceitos sociológicos básicos a partir de uma tipologia geral da ação social. Sempre ressalvando o caráter ideal desses tipos, ele distingue quatro categorias de ação por seu sentido subjetivo.
1.    A ação racional com relações afins, determinadas por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens.
2.    A ação racional com relação a valores, determinada pela crença consciente no valor seja éticos, estéticos, religiosos ou de qualquer outra forma como seja interpretado.
3.    A ação afetiva, especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais atuais.
4.    A ação tradicional, determinada por um costume arraigado.

 Durkheim distingue os fatos sócias em três características:
1.    A coercitividade, ou seja, a força que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente da sua escolha e vontade. O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o individuo estará sujeito quando tenta se rebelar contra elas. Estas sanções podem ser legais ou espontâneas. Sanções legais são aquelas prescritas pela sociedade, sob a forma de leis. Sanções espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada a estrutura da sociedade ou do grupo ao qual o individuo pertence.
2.    A exterioridade, os fatos sociais existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente.
3.    A generalidade, segundo Durkheim, é social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.
Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia. Para ele, a explicação cientifica exige que o pesquisador mantenha certa distancia e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise.
A sociologia, de acordo com Durkheim, tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também encontrar soluções para a vida social. A sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais e patológicos, isto é, saudáveis e doentios.
Durkheim considera um fato social como normal quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou sua evolução.